SURPRESAS DE OUTRO MUNDO
Em 25-10-2010,
Estavamos todos em sala, relembrando nossas partituras e estudando novas possibilidades, quando Luiz (o diretor) adentra a sala e assume os trabalhos. Inicialmente pediu para que andassemos pela sala. E em seguida nos descontraiu com um exercício de um pegar no....nas nádegas do outro. rrrrrrrrrrrrr. Depois inseriu o elemento da flor imaginária. Aí pegavamos nas nádegas segurando a flor. Logo fomos estimulados a colocar nomes e esfregar a flor.....E eu ria muito. Mas alguma coisa estava no ar. Fomos aos poucos orientados a andar na ponta do pé; a pensar que carregavamos malas de 50k (nossos ombros e braços ficaram endurecidos); que carregavamos latas com água na cabeça e nas costas (nisso o corpo ficava todo curvado); a dobrar os joerlhos; a apontar o peito para o céu....uma série de estimos. Agora eu morria de dor! Depois de quase uma hora e meia de anda-anda, subimos em bancos; colocanos nosas cabeças dentro deles, ficamos algumas horas visualizando o marmífero e gritando para que não fosse embora. Por fim nos rastejamos até achar a calmaria e alívio perto de uma bacia.
Ser ator não é mole!
No término do ensaio, Luiz (Buranga) comentou emocionado que no decorrer dos exercícios lembrou de uma tia sua (do interior), que era muito presente quando tinha 10 (dez) anos de idade. Verbalizou o zelo e carinho que ela tinha por ele e seus irmãos. Por ter tomado conta dele e também de seu pai. E por se amedrontar com tudo. Que só em pensar que tinha alguma coisa perto dela, a mesma dava um grito. E que na sua morte, ele e sua família não foram avisados (já que ele estava morando na cidade) por sua prima que morava com ela.
Aquele homem enorme estava se debulhando em lágrimas na nossa frente. E era lindo de ver. No mesmo momento passei a lembrar de minha mãe (in memoriam). É isso; que o teatro faz conosco. Nos leva a acessar nossas memórias. Enchendo as personagens de verdade.
São surpresas de outro mundo.
Indaiá Oliveira.
1 Comentário:
E o melhor de tudo é ver o quão estamos em sintonia, a ponto de nos deixar invadir por essas e outras memórias. Agradeço muito a todos pela confiança, respeito e entrega ao processo! Obrigado por compartilhar seus corpos, suas imagens, seu suor, seus olhos! Axé!
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