quarta-feira, 21 de julho de 2010

das páginas do caderno do diretor


Há 15 dias de estrear, um ensaio frio, opaco, insosso! Foi assim na noite de ontem, quando passamos no Palco Principal do Teatro Vila Velha... foi um geral, depois de algumas muitas alterações feitas a partir do ensaio aberto do último dia 12.


É verdade, que estamos todos um tanto cansados. Desde que retornamos de Natal, passamos por diversos ciclos de mudança. Perdemos muitas coisas, conquistamos outras, avançamos e nos perdemos no mar dessa história que hoje estamos aflitos na busca por uma melhor compreensão de sua lógica.

Confesso estar tenso e confuso nesse sentido... até onde a história precisa ser entendida de maneira lógica e convencional? As pessoas que assistem, afirmam gostar do que vêem, mas sentem falta de algo... que eu atribuo ao entendimento do encadeamento narrativa da história. São muitas memórias, muitas imagens, muitas provocações sensoriais, muitas estruturas metalingüísticas... aí eu me pergunto: porque tudo deve ser ligado e claro? Será que tenho que apresentar um espetáculo onde o roteiro seja claro, onde as cenas estejam diretamente ligadas? Por que? Talvez porque as pessoas são educadas pela televisão que lhes oferece tramas óbvias, enredadas no intuito de envolvê-las a ponto quase decidir o final.

De todo modo, é claro que a narrativa precisa ser revisada e nisso tenho me detido cada vez mais e mais... corta daqui, insere um texto ali, traz uma música nova... e ainda assim não me satisfaço...

Ai meu deus... tô confuso demais! E cada vez mais tendencioso a escolhas arriscadas... o fato é que não sei se devo... preciso de coragem! Em pouco tempo, terei que decidir! Assumir mais ainda a encenação - fragmentada, múltipla, coletiva, plural, simbólica, brechtiana, fantástica...

Luiz Antônio Jr.

1 Comentário:

R. Junior disse...

Senhor capitão, já lutamos outras batalhas, guerreamos juntos em outras empreitadas, do mesmo lado. Já enfrentamos tempestades e bonanças, é certo que dessa vez, senhor capitão, essa missão é das grandes... o mar está revolto, estamos remando há tempo, tentamos encontrar as correntes marítimas que nos levaram e nos deram um empurrão, é inegável o cansaço mas há alguns dias Posseidon nos disse que temos que ter coragem, que essa etapa é mesmo a mais difícil e vamos chegar, minha intuição de marujo me diz isso, então te peço, capitão: coragem! Domemos este monstro do mar! Sei também que parte da tripulação parece ter sido tocada pelo canto da sereia, eles estão mais cansados, tensos, mas confio em ti. Façamos o que tem que ser feito, se for preciso voltar metade do caminho para encontrar a rota certa, voltemos. Para o mar ou para a guerra vamos juntos.

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