quarta-feira, 5 de maio de 2010

O diretor - maestro!

É difícil encontrar uma maneira de dirigir um grupo onde você é ator, produtor, conselheiro, as vezes líder, assistente... É difícil decidir qual caminho seguir em meio a parceiros e amigos que estão juntos em processos a tanto tempo, sempre discutindo, questionando, se unindo e se aborrecendo, mas juntos em cena ou fora dela, pensando na gestão, optando por todos e respondendo pela maioria... Difícil segurar o barco na direção, sendo mais um tripulante como os outros.

E é nesse desafio que tenho me debruçado. Como não deixar a peteca cair nos ensaios, como ouvir e aproveitar o material que os atores propõe, de que modo conduzir o elenco até minhas idéias e imagens... e principalmente, como não perder o frescor da criação e a energia que motiva o ator a querer se entregar mais ao processo?
Nos encontros, tenho descoberto um diretor-maestro! O ensaio começa e quando percebo eu já estou no meio dos atores, a cena rolando e eu orquestrando o texto, o som , a contracena, o estado, as direções... pensando numa dinâmica, as vezes, musical da cena... pensando nos ritmos e tempos... buscando uma equação que tire a encenação de uma morbidez bem possível e que certamente fará o público dormir...
Mas como dizem algumas pessoas que têm assistido aos ensaios: "tem alguma coisa boa nisso aí", mas ninguém sabe o que é... E é aí que estou investindo, na descoberta do que é essa atmosfera que as pessoas sentem e que é difícil de traduzir! O que é que dá um caldo no geral?
Como diretor-maestro, que encontrei esses dias, me sinto mais íntimo com o processo, mais presente. Entre um estalar de dedos e um "vai!", vou me enredando com o elenco. Talvez o desatar-me deles daqui há um tempo resultará em sensações que... não sei... vamo pra frente! Não quero prever nada!

por Luiz Antônio Jr.

2 Comentários:

Hayaldo Copque disse...

Eu que dei esse apelido, hein?
Mas, sim, é um maestro. E com uma sensibilidade ímpar para chegar nos atores.

R. Junior disse...

Lui, de fato vc está sendo um guerreiro. Dar conta de pensar e propor no meio de tantas atividades e ainda ter q lidar com esse bicho complicado q é "ator". É difícil também ver tanto peso sobre seus ombros, principalmente por estármos inseridos numa estrutura q tanto nos tem desfavorecido ultimamente. Mas é bom ver o quanto está entregue, dá energia, vontade...

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