O diretor volta a falar...
Depois de tanto tempo mudo, sem mostrar a cara, escrever uma palavra que fosse nesse nosso diário virtual, eis que volta a compartilhar o processo com todos: as idéias, as dúvidas, os caminhos, as dificuldades, os achados, os encontros ...
E já falando em encontros, quero começar falando do encontro com os Clowns: Fernando e Marco, entre os dias 07 e 11 de abril. Na verdade, no dia 07, nós mostramos três células criativas a eles, aos outros Clows (César, Renata e "Tililim"), e a galera do Ser Tão Teatro (lá das bandas da Paraíba), que tava aqui também! As células foram: 1) fragmento solo dos trabalhos feitos para as performances realizadas entre janeiro e fevereiro; 2) esboço da cena do Marmífero, criada a partir de mecanismos usados pel'A Outra há um tempo; e 3) exercício cíclico trazido por Fabinho Vidal no processo.
Daí, tivemos um final de semana inteiro de atividades com os parceiros lá de Natal. E desse encontro surgiu a proposta de dramaturgia cênica para a encenação. Fernando trouxe sua idéia das páginas pretas e das páginas brancas, adaptadas para os lados bem-me-quer e mar-me-quer. Com muita generosidade, eles cederam o jogo BALAI para usarmos em nosso processo. E eis que surge uma luz para a encenação! Graças a nossos deuses: os CLOWNS de Shakespeare!
Desde então, não cansamos de exercitar o Balai. Muitos testes, muitas organizações e criações a partir de: objetos e instrumentos e roupas e tudo o que houver na sala de ensaio, tudo espalhado num quadrado delimitado com uma fita crepe. As imagens, as relações, as composições, as cenas que surgem, pouco a pouco vou conduzindo e limpando, deixando mais claro o rabisco das cenas. Depois de umas três semanas, hoje estamos com quase 70% do texto esboçado.
Muito trabalho a fazer, mas muita coisa esclarecida, se é que assim posso dizer! De tudo isso, o que ficou muito claro para gente é essa unidade que estamos percebendo em nosso trabalho de pesquisa enqaunto grupo. Sentimos que a partir desse processo estamos mais unidos, nos ouvimos mais, acreditamos mais um no outro... Eu, ator, na função de diretor desse processo, me sinto mais forte para seguir na proposta da encenação, tentando sempre ouvir o ator, resgatar suas proposições e células já criadas nos laboratórios todos, seja comigo, com Fabinho, Diana ou os Clowns. Muito obrigado a esse mar que nos tem trazido tanto amadurecimento.
Importante! Desde o contato com os meninos de Natal, optamos por abrir os nossos ensaios. E daí, temos convocado amigos e próximos a assistirem nossos ensaios. Quem quiser vir, será sempre bem-vindo! É importante compartilhar o processo, ver e saber como é que está chegando no outro, mesmo que seja algo ainda no rabisco e no borrão.
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