MAR ABERTO
Enfim, dou início a esta série de publicações sobre o processo de criação, construção, adaptação e montagem do MAR ME QUER, espetáculo inspirado na obra homônima do moçambicano Mia Couto.
Entrei em contato com a obra de Mia ainda no ano passado, quando através da Coleção Cena Lusófona pude ler alguns textos dramáticos, muitos deles de países africanos. Foi nessa ocasião que me envolvi com o texto "A Vala Comum", de José Mena Abrantes (Angola), e iniciei o processo de montagem junto com A Outra Companhia e alguns outros convidados. Passado um tempo, retorno a coleção e desta vez o Mar de Mia me fez brilhar os olhos a ponto de querer me entregar e me afogar em suas águas cheias de poesia, cor e imagens.
Daí, então, não parei de pesquisar sobre a literatura desse autor incrível que reforma e transforma as palavras fazendo malabares com a Língua Portuguesa criando formas de expressão extremamente imagéticas e até mesmo sensoriais. Foi quando por ocasião das coordenadas do destino propus A Outra Companhia montarmos um espetáculo baseado no Mar Me Quer, enredado nas cirandas e rodas do nosso povo nordestino e arrematado com as histórias de pescadores daqui de nossa redondeza: as comunidades de Paripe, do Rio Vermelho, da Ilha de Itaparica, de Itapuã, da Ribeira...
Repleto de desejo e já cheio de idéias, inscrevi no Edital de Teatro da FUNARTE e eis que fomos comtemplados: Prêmio Myriam Muniz 2009 para pesquisa e montagem desse nosso mar que há tempos já o queremos.
Pois que seja, preparamos a embarcação, limpamos a praia, trouxemos convidados e içamos vela rumo a esse MAR que ME (nos) QUER!
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